O cheiro do suor humano foi transformado em isca para apanhar o mosquito da dengue. A tática é usada em armadilhas desenvolvidas em Manaus para combater a doença, que atingiu mais de 800 mil brasileiros, só no ano passado. Cientistas estão testando processos de captura do mosquito que não utilizam produtos químicos. O mosquito deve ser atraído pelo cheiro de uma substância encontrada em grama comum de jardim e acaba preso. Outro método usa o contraste das cores preto e branco para chamar atenção do inseto. Ao aproximar-se do cone central, ele é sugado por um ventilador e acaba preso em uma rede. O segredo para capturar o mosquito está em pastilhas desenvolvidas na Alemanha que concentram três substâncias encontradas no suor humano. Juntas, elas exalam um cheiro parecido com o do suor, que atrai o mosquito. "É como se tivesse uma pessoa ali mesmo transpirando. Tanto o atraente quanto a armadilha vão simular uma pessoa e por isso o mosquito vai até ela", diz a bióloga Tatiana Mingote. Nos laboratórios, os mosquitos capturados são analisados para saber qual o tipo do vírus que levam. A amostragem é grande: em um só dia, cada armadilha chega a pegar mais de 400 insetos. Para comprovar a eficácia do método de captura, será verificado também o sangue dos moradores que participam do estudo. "Após um ano e meio da instalação das armadilhas, a gente vai ser capaz de dizer se aquelas pessoas que não tiveram exposição ao mosquito, com o contato com as armadilhas, foram protegidas", afirma a médica virologista Maria Paula Mourão.
Do G1, com informações do Jornal Hoje
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